Durante o IX Seminário de Bioeletricidade, organizado pela UNICA e pela CEISE BR, no dia 21 de agosto, na Fenasucro & Agrocana, será lançada uma nova edição Cartilha da Bioeletricidade, com informações sobre as possibilidades de venda de energia elétrica a partir do bagaço e palha da cana-de-açúcar. A publicação, que será distribuída gratuitamente no seminário, foi produzida pelo Projeto SUCRE, uma iniciativa do Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em conjunto com a UNICA e com a consultoria do setor elétrico Excelência Energética.
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Além das opções de comercialização disponíveis, a Cartilha apresenta as atuais barreiras regulatórias que impedem uma maior participação da biomassa da cana no sistema elétrico brasileiro, trazendo propostas de alterações no Marco Regulatório para transpor essas barreiras. O material também faz um levantamento dos benefícios e do potencial da biomassa da cana como fonte de energia para o sistema elétrico brasileiro. Com um potencial otimizado do uso do bagaço, somados a 50% de recolhimento de palha, segundo dados do SUCRE, haveria uma geração de mais de 100 TWh, o que supriria 80% da demanda residencial brasileira. Considerando a bioeletricidade da cana em substituição parcial da potência instalada prevista para o gás natural, essa geração mitigaria 11,4% das emissões de gases de efeito estufa do setor energético.
O Projeto SUCRE é uma iniciativa do LNBR/CNPEM, que visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa a partir do aproveitamento da palha da cana-de-açúcar para geração de bioeletricidade. A equipe do Projeto trabalha em conjunto com usinas parceiras na identificação e solução dos problemas que impedem a geração de energia elétrica a partir da palha de forma plena e sistemática, como as barreiras regulatórias mencionadas na Cartilha. O SUCRE é gerido em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility).
Participação do SUCRE no IX Seminário de Bioeletricidade
O Projeto SUCRE estará representado no Seminário de Bioeletricidade pelo Marcos Djun Barbosa Watanabe, pesquisador do LNBR e líder da equipe que realiza as avaliações de viabilidade econômica do uso da palha para geração de bioeletricidade do SUCRE. Em sua apresentação, que acontece a partir das 11h55 no Auditório I dos Auditórios Fenasucro, Watanabe apresentará o status atual do Projeto SUCRE, abordando os resultados das frentes de trabalho desenvolvidos durante estes 4 anos de projeto, mostrando possíveis alternativas para a coleta, processamento e queima da palha nas caldeiras de bagaço, os resultados da avaliação agroambiental da remoção da palha e as simulações da viabilidade econômica de empreendimentos que visam a produção de eletricidade usando palha em complemento ao bagaço.
Sobre o LNBR
O Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR) integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social qualificada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTIC). O LNBR emprega a biomassa e a biodiversidade brasileiras para resolver desafios relevantes para o País por meio de soluções biotecnológicas que promovam o desenvolvimento sustentável de biocombustíveis avançados, bioquímicos e biomateriais. O Laboratório possui diversas Instalações Abertas a Usuários, incluindo a Planta Piloto para Desenvolvimento de Processos, estrutura singular no país para escalonamento de tecnologias.
Sobre o CNPEM
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é uma organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Localizado em Campinas-SP, gerencia quatro Laboratórios Nacionais – referências mundiais e abertos às comunidades científica e empresarial. O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) opera a única fonte de luz síncrotron da América Latina e está, nesse momento, finalizando a montagem do Sirius, o novo acelerador de elétrons brasileiro; o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) atua na área de biotecnologia com foco na descoberta e desenvolvimento de novos fármacos; o Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR) pesquisa soluções biotecnológicas para o desenvolvimento sustentável de biocombustíveis avançados, bioquímicos e biomateriais, empregando a biomassa e a biodiversidade brasileira; e o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) realiza pesquisas científicas e desenvolvimentos tecnológicos em busca de soluções baseadas em nanotecnologia.
Os quatro Laboratórios têm, ainda, projetos próprios de pesquisa e participam da agenda transversal de investigação coordenada pelo CNPEM, que articula instalações e competências científicas em torno de temas estratégicos.