Thamy Correa foi reconhecida por pesquisa com enzimas para degradação de plásticos PET; divulgação ocorre simultaneamente ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência
A pesquisadora Thamy Lívia Ribeiro Corrêa, bióloga do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), foi uma das premiadas na 2ª edição do edital 25 Mulheres na Ciência América Latina. Promovido pela 3M, o prêmio busca reconhecer 25 mulheres cientistas que por meio de seu trabalho nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática melhoram a vida das pessoas e suas comunidades. A cerimônia de premiação, realizada dia 11 de fevereiro, celebra o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.
Na proposta selecionada, Thamy descreveu uma família de enzimas com inédita capacidade de atuação em polímeros PET e outros plásticos, como polietileno de alta densidade (HDPE). A pesquisa abre caminhos para o reaproveitamento de plásticos, aliviando seu descarte e acúmulo no meio ambiente.
Anualmente cerca de oito milhões de toneladas de rejeitos plásticos alcançam os oceanos (JAMBECK et al., 2015), caracterizando uma ameaça ambiental emergente por alterar o equilíbrio das cadeias alimentares e ciclos biogeoquímicos. O Brasil ocupa a quarta posição como o maior gerador de descarte plástico no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia – globalmente, o mundo recicla apenas 9% do plástico.
A reciclagem do plástico por via enzimática, como a descrita pela pesquisadora do Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR/CNPEM), surge como estratégia para sanar os gargalos impostos pelas rotas de reciclagem atuais – majoritariamente mecânicas, pois os monômeros gerados pela ação das enzimas podem ser recondensados gerando materiais com qualidade, dureza e resistência iguais aos dos obtidos a partir do plástico virgem. A rota enzimática ainda se revela atrativa por oferecer um meio de reaproveitar plásticos sem aportes significativos de reagentes químicos.
Relatos sobre enzimas degradadoras de plásticos são feitos desde 2005, mas foi em 2016 que a bactéria Ideonella sakaiensis, capaz de utilizar PET como fonte de carbono foi isolada. “A descoberta de PET hidrolases foi um passo importante tanto no fornecimento de uma solução biotecnológica potencial para a questão dos resíduos, como na compreensão de como a biologia está se adaptando à presença de resíduos plásticos no meio ambiente”, explica a pesquisadora.
Mulheres na Ciência
Em outubro de 2021, a pesquisadora do CNPEM Ingrid Barcelos foi uma das sete laureadas da 16ª edição do prêmio “Para Mulheres na Ciência”, iniciativa da Fundação L’Oréal Brasil, Academia Brasileira de Ciências e Unesco Brasil. Ingrid é física e foi reconhecida por sua pesquisa utilizando a pedra-sabão como material para estudos em optoeletrônica em escala nanométrica.
Em dezembro, a engenheira química Andréa Dessen, vinculada ao CNPEM e ao Institut de Biologie Structurale (IBS), com apoio da FAPESP no âmbito do Programa São Paulo Excellence Chair (SPEC), recebeu medalha de prata do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). O prêmio reconhece a originalidade, qualidade e a relevância do trabalho de pesquisadores em nível nacional e internacional. Resultados de um trabalho cooperativo Brasil-França que investiga antibióticos eficientes contra superbactérias foram recentemente publicados pela pesquisadora na revista Nature Communications.
Sobre o CNPEM
Ambiente de pesquisa e desenvolvimento sofisticado e efervescente, único no País e presente em poucos polos científicos no mundo, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é uma organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações (MCTI). O Centro é constituído por quatro Laboratórios Nacionais e é berço do mais complexo projeto da ciência brasileira – o Sirius – uma das mais avançadas fontes de luz síncrotron do mundo. O CNPEM reúne equipes multitemáticas altamente especializadas, infraestruturas laboratoriais mundialmente competitivas e abertas à comunidade científica, linhas de pesquisa em áreas estratégicas, projetos inovadores em parcerias com o setor produtivo e ações de treinamento para pesquisadores e estudantes.
O Centro constitui um ambiente movido pela busca de soluções com impacto nas áreas de Saúde, Energia, Meio Ambiente, Novos Materiais, entre outras. As competências singulares e complementares presentes no CNPEM impulsionam pesquisas e desenvolvimentos inovadores nas áreas de luz síncrotron; engenharia de aceleradores; descoberta de novos medicamentos, inclusive a partir de espécies vegetais da biodiversidade brasileira; mecanismos moleculares envolvidos no início e progressão do câncer; doenças cardíacas e neurodesenvolvimento; nanopartículas funcionalizadas para combater bactérias, vírus, câncer; novos sensores e dispositivos nanoestruturados para os setores de petróleo e gás e saúde; soluções biotecnológicas para o desenvolvimento sustentável de biocombustíveis avançados, bioquímicos e biomateriais.
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