Quando o solo é bem cuidado, naturalmente, proporciona maior produtividade e fica menos suscetível aos impactos oriundos dos exaustivos processos de plantio e colheita. Bem manejado, o solo se mantém produtivo por muito mais tempo, refletindo em economia dos dois lados: para o produtor e consequentemente para o consumidor. Parece óbvio, mas existe uma significativa parcela de produtores que ainda desconhece boas práticas de manejo do solo – e perde com isso.
“Adotamos sempre uma linguagem clara e fazemos questão de estar nos veículos que são de fato lidos pelos produtores, em jornais e revistas nos quais eles buscam a informação”, explica Sérgio Gustavo Quassi de Castro, assistente de pesquisa no Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE). Castro é coautor de dois artigos de uma série intitulada ‘Em busca da produtividade perdida’, publicados na revista Canavieiros.
O primeiro artigo, publicado na edição de setembro de 2016 (pág. 64), trata do Manejo da adubação nitrogenada em soqueiras no campo. “Nós buscamos responder às quatro principais questões para a execução de uma agricultura sustentável, como proposto pelo International Plant Nutrition Institute (IPNI): qual fonte utilizar; qual dose aplicar; como aplicar; e quando aplicar”, explica o Dr. Henrique Coutinho Junqueira Franco, coordenador da Divisão Agrícola do CTBE.
Castro (E) e Franco: artigos técnicos são guias práticos para o dia a dia no campo (Foto: Divulgação/CTBE)
Já o segundo artigo, publicado na edição de dezembro de 2016 (pág. 46), mostra o potencial do adubo verde nas entressafras de cana-de-açúcar. “A adubação verde permite que o produtor plante outras culturas em períodos pré-determinados, garantindo uma renda constante ao longo dos meses”, analisa Castro. “Mas o principal fator dessa técnica é seu benefício ao solo. O campo ganha biodiversidade de micro-organismos e escapa da temida monocultura”, continua.
A série Em busca da produtividade perdida se pauta em uma criteriosa revisão de literatura científica, mas transfere aos artigos técnicos apenas o essencial. “Não estamos escrevendo para os nossos pares [outros cientistas], mas para quem vive o dia a dia do campo”, destaca Franco. “Estamos falando com o produtor, por isso os artigos técnicos se assemelham a guias práticos, documentos que podem ser consultados a qualquer momento”, conclui Castro.
A ideia, ainda, é somar esforços, dentro da divisão agrícola, para que mais artigos técnicos sejam publicados para o setor produtivo, em uma linguagem de fácil entendimento e que contribua para a transferência de conhecimento/tecnologia para os produtores brasileiros.