O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é uma instituição privada sem fins lucrativos financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). É composto por quatro Laboratórios Nacionais: Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS), Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) e Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR).

Visão Geral

O LNBR emprega a biotecnologia para enfrentar os desafios científicos e tecnológicos do desenvolvimento econômico sustentável. Ele busca acelerar a transição de uma produção industrial baseada em recursos fósseis para uma indústria de base biológica e renovável, que promova a independência tecnológica do Brasil e reduza os impactos ambientais. Por causa disso, o LNBR dedica-se ao desenvolvimento de microrganismos e enzimas para estabelecer novos modelos de produção industrial que possam gerar riqueza e empregos, ao mesmo tempo em que reduz os impactos ao meio ambiente. As plataformas biotecnológicas do LNBR beneficiam setores econômicos como energia, transporte, indústria e agricultura. A biologia sintética, estrutural e computacional é utilizada para projetar e personalizar plataformas para a produção de biocombustíveis, bioquímicos e biomateriais. As plataformas e processos podem ser validados em escala semi-industrial (300 litros) na Planta Piloto para Desenvolvimento de Processos, uma instalação singular no país. Estes desenvolvimentos são apoiados por avaliações tecno-econômicas e ambientais, por Análises de Ciclo de Vida que contribuem para orientar e acelerar a transferência de tecnologia e bem como pelo monitoramento de serviços ecossistêmicos em escala regional e nacional para promover a utilização sustentável da biomassa.

Singularidades do LNBR

O LNBR abriga capacidades científicas multidisciplinares e instrumentos avançados necessários para levar as tecnologias dos princípios fundamentais à escala semi-industrial (TRL 1 a 7), incluindo:

  • compreensão mecanística das plataformas biológicas a nível atômico e molecular para alcançar alto desempenho e relevância industrial,
  • biocatálise computacional para abordar questões fundamentais e orientar a concepção de experimentos,
  • projeto e desenvolvimento de processos e tecnologias até a escala semi-industrial para acelerar a transferência de tecnologia,
  • modelagem e simulações para avaliar os impactos tecno-econômicos e ambientais dos desenvolvimentos tecnológicos e para promover o uso sustentável da biomassa e dos recursos naturais.

LNBR em Números

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Publicações Científicas
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Patentes Depositadas
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Tecnologias Licenciadas
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Empresa Spin-off

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Um grande desafio abraçado pelo LNBR é utilizar a biodiversidade e a biomassa brasileiras para acelerar a transição de uma manufatura baseada em fonte fóssil para uma de base biológica e renovável, com potencial impacto na mitigação das emissões dos gases de efeito estufa, na preservação e no uso responsável dos recursos naturais, como água e terra. O LNBR está alinhado como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas ao desenvolver tecnologias para produção sustentável de biorrenováveis de forma a manter positivo o balanço entre os serviços e desserviços ecossistêmicos gerados por estas cadeias produtivas. Esta atuação inclui Ações Contra a Mudança Global do Clima (ODS 13), catalisa a produção de Energia Limpa e Acessível (ODS 7) por meio dos biocombustíveis avançados, favorece a preservação da Vida Terrestre (ODS 15) com o monitoramento e avaliação dos impactos nos ecossistemas, estimula o Consumo e Produção Responsáveis (ODS 12) e impulsiona a Indústria, Inovação e Infraestrutura (ODS 9) através do desenvolvimento de soluções biotecnológicas inovadoras. Estamos comprometidos em buscar parcerias (ODS 17) para lidar com os desafios científicos e a criar tecnologias que promovam o desenvolvimento sustentável.

História do LNBR

Em 2005, o governo brasileiro, através do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), encomendou pesquisas exploratórias ao Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE/UNICAMP) para identificar fatores limitantes na produção de etanol brasileiro. O físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite coordenou um grupo de cerca de 30 pesquisadores de várias instituições para realizar um estudo de três anos sobre “Energias Renováveis”: Etanol de cana-de-açúcar”.

O foco foi o impacto das novas tecnologias agrícolas e industriais na produção de etanol de cana-de-açúcar e nas correspondentes avaliações ambientais, sociais, macroeconômicas e logísticas. Os resultados indicaram haver gargalos tecnológicos a serem superados e a necessidade de aprofundar o conhecimento científico e tecnológico associado à produção de etanol. Estas descobertas alimentaram discussões sobre a criação de um centro de pesquisa que agregaria grupos de pesquisa brasileiros para abordar os gargalos da produção de etanol.

A construção do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) começou no início de 2009, sob a liderança do prof. Marco Aurélio Pinheiro Lima. Sua inauguração ocorreu em 2010, tornando-se totalmente operacional em 2012. Durante quase uma década, o CTBE desenvolveu e continua a desenvolver parcerias de P&D com a indústria sucroenergética e outros parceiros industriais.

Em 2018, o CTBE foi reposicionado para reforçar a agenda de pesquisa do CNPEM com o objetivo de estabelecer novas parcerias com o setor de biotecnologia industrial. Além disso, o Laboratório aprofundou seus processos de integração, buscando soluções conjuntas com os outros Laboratórios Nacionais que compõem o Centro.

Como elemento da estratégia, em 2019 o CTBE tornou-se o Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR). A mudança reflete novos desafios: ir além dos biocombustíveis avançados e atuar em bioquímicos e biomateriais.